quinta-feira, 3 de março de 2022







De todas as conversas rotineiras, de todas as perguntas, de todas as bobeiras, não há outra que se compare com a natural dúvida e interesse disfarçada de: "como foi o seu dia?" É algo tão bobo e significativo que dispensa longas explicações.  É aquele querer bem e o famoso "bem me quer". É um detalhe que adoça os dias azedos e multiplica a alegria nos dias agradáveis. É uma pergunta que faz o dia ter um pouco mais de sentido e uma leve reflexão. É uma pequena certeza de que no fim do dia tem alguém que se importa. É uma bobeira que faz carinho na alma.   Uma amostra de que temos alguém para nos aquecer, justamente quando o sol já se foi. 25/08/2015

terça-feira, 16 de junho de 2015

Quem é?

Nao sei. 
Não sou. 
Quem sou
Ou quem fui. 
Fui e voltei
Saí e fiquei.
Sem saber ou discordar da ida sem volta. 
Já cheguei, abracei e parti.
Vi pela janela a saudade de quem eu era. 
Vi que a saudade mora na janela. 
Vi, lembrei e senti que não existe vida sem o chegar e partir. 
Sei não.
Sou não.
Sou sim.
Sou quem vai e sente que a vida é chegar, abraçar e partir. 

quinta-feira, 23 de abril de 2015

O Irrebobinável  Sr. Tempo.

Quem sabe sobre os enigmas do Tempo? Sabemos de todos os seus segredos? Não temos ideia do que ele pode revelar em um futuro próximo. Não temos ideia do que o próprio Tempo pode nos negar. O que sabem é que ele é disciplinado, exato e “irrebobinável”.
Pensamos que com metas de tempo iremos alcançar tudo o que desejarmos, até mesmo o que não depende apenas de nossos esforços. Achamos que no ano ‘tal’ teremos o que quisermos. Afinal, esperamos por isso e fomos boas meninas e bons meninos durante todo o ano, logo, merecemos alguns agrados do Tempo. Balela! Tempo não é pai noel, é o oposto, é real e exato, quase palpável.
O Tempo pode negar, renegar e proibir. O Tempo te apresenta a si mesmo e você chama isso de ‘maturidade. O Tempo revela e desmistifica ideais e teorias. O Tempo sempre desmascara mentiras. Aliás, mentiras nunca resistem ao Sr. Tempo. Talvez o único compromisso desse Sr. seja com a verdade,  talvez ainda seja esse o motivo dele não recuar. Realmente não recua, mesmo que você faça pirraça e soluce após chorar. O Tempo não se sensibiliza com a sua dor do momento, mas pode ter certeza que com o próprio Tempo a dor ficará amena.
Tempo, contagens, estações, mudanças na lua e na luz. Quiseram medir o Tempo com o cantar do galo, com a areia que escorre, com a sombra, números, ponteiros e afins. Quiseram domar esse Sr. e descobriram o quanto ele tem vontade própria. A única solução seria adequar-se ao indomável, pontuar as tarefas diárias e seguir o controle imposto.

Quem inventou o Tempo foi mesmo astuto, nos fez perceber que existe sim uma exatidão, independente de qualquer desordem. Existe início e fim; Vida e morte; Luz e breu. Há uma ordem impecável que nos confronta com nossa mania de dominação. Há uma ida sem volta.

sábado, 11 de abril de 2015

Caos Inevitável

      Com um pouco de tempo e liberdade você adquire manias, rituais ou programações bobas, porém suas, só suas. Algumas manias são até imperceptíveis ou até ignoradas por outras pessoas, mas não importa, elas precisam ser cumpridas por você. É assim, deixe-me explicar... De alguma forma você precisa de segurança nas situações, nas pessoas, nas relações, nos comportamentos, nas ações, na vida, então para isso você adere aos hábitos, manias e rituais. 
     Assim, você escova os dentes com a mesma marca de escova, passa sempre pela mesma rua, põe o relógio no mesmo pulso, compra o mesmo açúcar, liga para as mesmas pessoas, visita as mesma e até ama as mesmas. Por amor, por hábito, por cumprir o ideal de segurança. 
      Com um pouco menos de liberdade você precisa flexionar alguns hábitos e tradições para manter alguns relacionamentos. 
     Com manias a menos e rituais adaptados, você percebe que as suas maiores leis internas de um mundo perfeito não são tão rígidas quanto antes.
      Pior que isso, com uma dose a mais de tempo, você percebe que as suas relações seguras e eternas de parentes e amigos podem ser rompidas pelo desentendimento e caos. A palavra é justamente essa: caos.
      Você sempre quis organizar tudo para evitar o inevitável caos. Então você começa a atentar-se que desde a infância o caos está instalado. Era pra ser uma ciranda alegre, mas o anel era de vidro e se quebrou. Não é pessimismo, é a própria vida real mostrando-se e desmontando seu ideal de mundo sustentado por leis internas. É o vento derrubando o castelo de papel. É a onda apagando o seu nome na areia. É a constante da vida te avisando: o inevitável é uma constatação.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Sobre 'Sabinedoria'

        "Pq 'Sabinedoria'? Sabine + Sabedoria. Não porque a Sabine seja sábia. Ela não é. Embora seja apreciadora da Sabedoria... Ela é filha e irmã da Sabedoria. No jogo das palavras juntei duas amigas e irmãs. O tempo saberá o que fazer." (Em memória)
Sabine.
Sobre este blog:

Então é isso? É assim?
Vou escrevendo, escrevendo... trilhando uns textos sem saber onde eles vão chegar?

Fui pedir alguns conselhos e encontrei os melhores na própria arte da escrita:

 Martha Medeiros:

"É preciso se expôr sem medo de dar vexame. É preciso colocar o trabalho na rua. É preciso saber ouvir um não e, depois de secar as lágrimas, seguir batalhando. Arriscar, é o nome do jogo. Muitos perdem, poucos ganham. Mas quem não tenta, não tem ao menos o direito de reclamar." 

Oscar Wilde:


"O objectivo da arte é revelar a arte e ocultar o artista."

Site puc-campinas:

"Pensar em algo novo, por diferentes ângulos e não ter medo de expor suas ideias é característico de um bom profissional que se identifica com os Cursos e Programas reunidos nesta Categoria, relacionados com artes plásticas, design, arquitetura e comunicações sociais."

Pedro Rodrigues:

“Não deve haver medo de expor os sentimentos.”

Alexandra Boaroli (Xanda)

"Eu escrevo primeiramente para mim; escrever é uma forma muito eficiente de colocar para fora o que está oculto do lado de dentro. Escrevo porque gosto, porque me traz paz."

Enfim... sobre a arte da escrita: é preciso nunca parar de escrever e apenas ir revelando aos poucos. Assim prossigo, caminhando e escrevendo sem pressa, apenas pelo prazer da paz e satisfação que isso traz. Com o tempo os textos ficarão mais harmônicos, mais bem organizados, formando um bom conjunto de ideias. Com o tempo as palavras mostrarão um lugar de mais estabilidade. 

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Nada justifica a violência, mas o que justifica a intolerância?

Não digo sobre a paz. A paz é muito densa para quem tolera a intolerância. Eu digo apenas pelo respeito das diferenças. A intolerância com as diferenças só agride os diferentes. Só aumenta as diferenças e alonga a distância entre os diferentes. Se falar de paz é perigoso, posso falar sobre um básico valor laico e 'acultural'? Posso levantar a bandeira do respeito enquanto a da paz te ofender? Minha bandeira da paz é pesada, mas a do respeito levo em cima do lápis. Existe uma leve bandeira chamada 'Respeito'.